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sexta-feira, 20 de abril de 2018

ENTREVISTA : Xico (Refutare/On A Hiding To Nothing)


Essa semana bati um papo com meu amigo Xico, Francisco Junior, baterista do Refutare, promoter, relações publicas do Hardcore, e que agora se aventura pela Europa com sua banda On A Hiding To Nothing. Falamos sobre velhos e novos rolês, e os Links estão disponiveis logo abaixo.
PS: lembrando que ambas as bandas podem ser ouvidas via Spotify.


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Diz aí como você desandou, e acabou seguindo para o caminho do mal? Underground hardcore punk , como se encaminhou pra essa vida maldita?
Quando estava no colégio por volta dos anos 97-98 eu tinha começado a escutar alguma coisa de rock nacional da época, tipo, Planet Hemp (álbum usuário), Raimundos (na época do sexta básica e lapadas do povo) isso com 12-13 anos de idade onde eu já estudava junto e era muito amigo do Raphael Moraes, guitarra do Refutare, com quem comecei a tocar e já formamos nossa primeira banda o “Selphideas” que chegou a se apresentar no colégio na época com nome de Side Show Bob, isso na oitava série no ano 2000 acho eu (rs). O repertório já contava com Ramones, Nirvana além de Raimundos e etc.. quando logo depois começamos uma amizade já com a galera que já vinham tocando em bandas em Arapongas que eram divididas três turmas: os “Grunges”, os “punks” e os irmãos Fred e Dema da Onion Balls que já faziam aquele rock Guitar/alternativo. Isso abriu horizontes para nós pra varias novas bandas estilos e tal, e essa amizade, essa união fortaleceu e foi onde começou a se criar essa “cena musical” em Arapongas. Nessa época entrou nosso amigo Marcelo (polaco) no baixo e precisávamos de um nome para a banda e eu tive a ideia do “Selphideas” (que corretamente seria “Self Ideas”) aí o repertório passou para Ramones, Bad Religion, Nofx e Gritando HxCx, começamos a nos apresentar com essa galera das bandas de Arapa, shows que nos mesmos organizávamos nos bares da cidade isso tudo no começo dos anos 2000. 
Aí foi nessa união que tudo começou. Foi onde entrei nessa do “Faça por você mesmo”, foi junto com os amigos e bandas, na época que eram dentre elas as bandas: Milky (Sheslei, Nando, Alex), Grind (Fabinho, Cassiano e Rafael), Acid Rain (Tomé, Ney, Flávio e Sidiney), Devaneers (Fred, Dema, Israel)..

Nessa história da pra ver que o Refutare nasceu da união de membros de muitas bandas. Como foi isso?

Então.. nessa época ainda do Selphideas, nós começamos a fazer vários rolês, tocamos no lendário Black Bar em Rolândia, tocamos algumas vezes em Apucarana, e no ano de 2003 começamos uma amizade com o pessoal de Londrina da banda Overwhelm, que nos trouxe mais novas influências e começamos a ter contato com bandas de fora de Arapa, em 2004 junto com os amigos do Overwhelm, fizemos a primeira “tour” do Paura (SP) pelo Paraná, que na ocasião estavam em tour junto com o Fim do Silêncio (SP), então fizemos dois shows: Londrina e Arapongas. Criamos um laço de amizade que perdura até os dias de hoje, e muitos outros shows rolaram durante esse tempo.
Em meados de 2005 o Raphael Moraes, Sheslei, Cassiano e o Flávio começaram com a ideia de um projeto novo, com a proposta de um hardcore mais pesado envolvendo o Old school com o thrash, punk, metal e etc, com letras em português, e me fizeram o convite para participar, eu aceitei, o Flávio veio com a ideia do nome Refutare e assim começamos com dois sons covers: Not this Time - Terror e Playing Soldier Again - Walls of Jericho. A partir dessa mistura começamos a ensaiar e compor. Ao mesmo tempo que ainda nos dedicávamos e nos apresentávamos com as nossas outras bandas. Em Setembro de 2006 seria a primeira apresentação do Refutare em um evento organizado por nos, onde iríamos tocar junto com a banda “Lesto” de Brasília, mas na semana do show eu me acidentei e não pudemos tocar, passei por uma cirurgia, alguns meses de recuperação e voltamos aos ensaios. Quando foi em Março de 2007 o Refutare estreiou ao lado dos amigos do “CVOD” (Marília SP) e do “I Shot Cyrus” (SP) em outro evento organizado por nós em Arapongas. Lembro que esse show foi animal, uma vibe muito massa, os amigos do CVOD diziam que o show do Refutare tinha um clina de fim de mundo, foi realmente demais esse dia.


Com certeza o Refutare é até hoje uma banda referência na região , dividiu o palco com muitas bandas, e também na organização dos roles como Reza a missa "faça você mesmo" . Mas de todos esses roles qual foi o que mais marcou ?

Poxa é uma grande satisfação para nós esse reconhecimento, eu digo que nesses 11 anos de Refutare (13 anos na verdade, eu que vim morar em Londres há dois anos) mas nesses anos fizemos muitas amizades e quando nos apresentamos os amigos nos dão a alegria da presença nos shows, isso foi nossa maior conquista, marcar um show e rever os amigos que vem de outras cidades, e claro sempre fazendo novos amigos também. Mas é muito difícil citar um role em específico porque todos sempre nos acrescentaram e marcaram muito pra nós, foram diversos nesses anos, e desde os mais simples até aqueles em que dividimos o palco com alguma banda grande ou de outro país, todos têm um só grande valor para nós, é sempre especial. Um evento que marcou e aconteceu em um local improvisado foi em Rolândia em 2007 em uma esquina onde era uma casa agropecuária (se não me engano), bandas locais, amigos da região num domingo durante o dia. Fomos em um comboio de Arapongas, era um lugar pequeno nos apresentamos era dia ainda e estava muito cheio, foi onde saiu a capa do ep/demo R$1,00. Esse dia foi loco, e a polícia não deixou o evento chegar até o final, infelizmente. Os roles em que tocamos com deranged Insane (Londrina), Paura (SP) e viajamos juntos para Curitiba, também em Curitiba nos apresentamos com Test e foi demais, mais recente também, em 2015, fizemos uma mini Tour com o Test no estado de São Paulo, as duas bandas em dois carros, tocamos em Bauru (SP), Piracicaba (SP) e Marília (SP). Marília aliás, tivemos a oportunidade de tocar algumas vezes e lá é sempre uma ótima vibe, roles firmeza organizados pelo nosso amigo Franja. Um role bem legal que rolou foi quando fomos ainda com o selphideas em outubro de 2006 tocar em Florianópolis e dividimos o palco com a banda da Colômbia “Grito”, fizemos uma grande amizade com eles, pessoas sensacionais, que depois mais tarde em 2014 voltaram ao Brasil para 1 único show em São Paulo e atendendo ao nosso convite retornaram ao Paraná para dois shows Arapongas e Maringá. Foi incrível revê-los e dividir o palco novamente quase 10 anos depois. Mas enfim, tocando e ou organizando o role é sempre um aprendizado que soma pra nossas vidas.



E em meio a dificuldade que é imposta a uma banda independente o cd do Refutare saiu , e saiu lindão, com uma arte muito bem elaborada . Me fala um pouco sobre esse processo, da composição ate os finalmentes da bolachinha na mão .

Então, esse disco ele tem as primeiras 5 músicas do  EP de 2007, regravadas e as demais compostas após esse período. A gravação desse full lench se deu início em 2014, no estúdio 3em1 aos cuidados do Alexandre Bressan e fizemos esse disco em um período de uns 9 meses. A arte, nós encontramos um artista na França e enviamos a ele um livro sobre mapas renascentistas como influência e ele que já tinha alguns trampos no estilo mandou uma arte com resultado fantástico com todo conceito que tem o disco. No encarte você encontra as letras em português e traduzidas pra o Espanhol e Ingles. E o lançamento fizemos uma demo como uma pré-venda e conseguimos a parceria dos selos Spider Merch e Samsara discos, e a Dead Time mosh clothes que também participou ajudando com o Merch onde saíram 3 camisetas com as artes diferentes. 
E em setembro de 2015 realizamos um evento em Arapongas, e lançamos o álbum O Mapa. Nesse período durante o ano de 2014, organizamos 5 tours com: Project 46, Paura, Questions, Project 46 e Grito, shows em Arapongas,  Londrina e Maringá, total de 11 shows.



Nove meses é uma gestação,sem dúvidas . Hehehe.. mas daí houve uma mudança nos planos , e você foi morar na Inglaterra. Como foi isso ?

É, então..  foi após o lançamento, ali por novembro quando eu decidi que me mudaria para Inglaterra. Era algo que eu sempre quis fazer, sair morar fora do Brasil, e as condições estavam propícias nessa época, foi então que tive que decidir e aí conversar com a banda e organizar tudo. Conversei com a galera em dezembro, em janeiro comprei a passagem para março 2016. E foi isso, começo de 2016 fizemos 3 shows dois em São Paulo capital e 1 em Campinas, e a despedida foi no Barbearias em Londrina.
Ainda no Brasil fiz contato com algumas bandas aqui de Londres, o pessoal curtiu que eu estava me mudando pra ca e quando cheguei aqui já estava ensaiando com a “On A Hiding To Nothing”.

Que massa, já estava tudo engatilhado. E você que viveu a cena independente no Brasil e agora vive aí na terra da rainha. Como tá sendo tocar, gravar, os picos . O que pode destacar como "diferente" nesse role ?


Está sendo bem bacana a experiência, a galera aqui são gente fina, muita banda foda, muito show a cena é agitada. O que difere é que eu morava em uma cidade pequena e tinha uma sala de ensaio em casa, hoje leva 1 hora para ir ensaiar, brinco que daria pra eu sair de Arapongas e ir a Maringá ensaiar (rs). Gravar aqui foi joia também, puta som de batera, estava gostoso de tocar, quem produziu foi o vocalista o Alastair e eu pirei no resultado final, gravamos 4 sons para o EP Formaldehyde, cheguei aqui em março de 2016 e em agosto estava gravando com eles, e então um selo independente “Umlaut”, lançou o EP, eles também organizam vários rolês e festivais. Tocamos com umas bandas bem fodas daqui e de fora também, Escócia, Bélgica, Holanda, Itália, Austrália, Estados Unidos. Tocamos na Escócia também e em algumas cidades aqui na Inglaterra, tá joia a experiência. Dezembro passado tocamos em um pico famoso por receber muita banda clássica aqui, o “Underworld Camden” em Camden Town e agora em junho estaremos lá novamente, dessa vez abrindo para o H2O. Em agosto abriremos pra o Adolescentes lá também. Animado com as novidades, coisas boas irão rolar meu amigo.

Animal demais. Então voltar pra cá, por enquanto é só para visitar os velhos amigos certo? Queria te agradecer pela sua atenção , desejo tudo de bom para você e vou me manter informado sobre o que rola e vai rolar aí no velho mundo , deixo esse espaço pra você mano . Valeu de coração


É.. por enquanto a ideia é essa meu amigo, uma visita, quem sabe uma tour com “OAHTN” por aí! Muito obrigado pelo convite e parabéns pela iniciativa Carlos! Conte comigo sempre e logo em breve nos vemos por aí! 
 



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