"Se houver alguma mudança para melhor vai demorar no mínimo uns 20 anos. Essa onda fascista infelizmente, pelo o que tudo indica, está longe de terminar."
Salve! Tive um bate papo com o artista plástico/punk rocker da ilha de Florianópolis, Rael Brian, guitarrista e vocalista da banda Decurso Drama, que é uma das bandas que mais tocam em minhas playlists nesse último ano. Deixo logo aqui abaixo os links para conhecer a banda, assim como as artes do Rael Brian.
LINKS : RaelBrian Decurso Drama SPOTIFY
Fale sobre o início da banda, como foi que surgiu a ideia de formar o
Decurso Drama e por que esse nome ?
A banda surgiu no começo de 2016 em Florianópolis
em uma conversa entre eu RaelBrian(guitarra) e Gustavo Ventureli (bateria) .
Somos da mesma cidade Brusque SC e já tínhamos tocado juntos em outros projetos
e decidimos montar um powertrio baseado no rock alternativo dos anos 90. Nosso
amigo Fabiano tocou baixo entre 2016 e 2017 e gravou com a gente o primeiro
álbum em 2016, 3 meses depois da banda ter começado e saiu em seguida. Quem
assumiu o baixo e tá até hoje foi Guto Fernandes que tocava em uma banda bem
legal aqui da ilha chamada Quazimorto, ele entrou e rapidamente se encaixou no
nosso ritmo de compor e na filosofia da banda. O nome da banda foi dado pelo
Fabiano que ficava abismado com nosso jeito dramático de agir em algumas
situações hahaha.
E como poderia descrever a filosofia da banda ?
Ser fiel ao "Faça você mesmo"
Demais . E como foi o processo de composição e
gravação desse novo disco ?
Boa parte do álbum foi gravado em dezembro de 2018,
a bateria foi captada em estudio e o resto captado em partes, em casa mesmo no
calor de verão. Tínhamos 10 músicas e criamos 2 sons em cima da hora no
improviso, 1 dia antes de gravar, coisa que já estamos acostumados a fazer.
Tivemos alguns problemas com a pós produção e as
músicas só ficaram prontas agora em 2020. Esse álbum reflete muita coisa que
agente viveu de 2016 até 2018, problemas pessoais mal resolvidos de cada um e
traz um som mais sujo e denso que o primeiro album, mas com bastante apelo
melódico. E nesse meio tempo gravamos outro EP de 5 músicas no esquema doidera.
Tivemos 5 dias, 4 para compor e no quinto dia captamos a bateria, será lançado
em breve.
Me fala um pouco sobre a cena aí em Floripa . Tem
uma galera se mexendo pra fazer acontecer a cena ?
O legal das bandas da ilha que tem algum
envolvimento com punk é que cada uma faz um som diferente sem estar presas a
pré conceitos ou certas regras musicais.
As bandas manézinhas que mais curtimos são o
Quazimorto, Atrás do Pensamento, Vivar, Budang, além dos veteranos do Eutha que
estão com quase 30 anos de banda. Como a ilha é grande, sempre tem algo
acontecendo em algum canto, não está tudo concentrado no centro. Aqui mesmo no
bairro do Rio Vermelho, onde a banda se formou, que fica a 30 km do centro e
que as vezes as pessoas esnobam por ser longe, tem duas casas de show que
abrigam shows das bandas do Underground. Aqui na minha rua mesmo, que é uma servidão
que no fim da nas dunas da praia, em uma região rural, tem um pico que se chama
Booteko e que já recebeu shows de bandas dos Estados Unidos, Canadá, Suíça e
bandas brasileiras como o Surra, Test, Rot, Deaf kids, entre outras.
Além da banda, você também é artista certo? Vi umas
colagens suas que são animais. Quais os projetos além da banda e dentro da arte
que vocês estão envolvidos ?
Eu sou artista plástico e as vezes designer. Tenho
um projeto solo que é mais lofi e simples, o último álbum gravei no meu
celular. O Guto tem o Quazimorto e o selo Urtiga Records. O Gustavo atualmente
mora em São Paulo e tem o projeto solo Ledegout além de tocar no Les Adeux,
Gentil e Duplo.
Como artista plástico e rockeiro rebelde, você vê
saída pra essa espiral de merda que o país se encontra ?
Acredito que não. Se houver alguma mudança para
melhor vai demorar no mínimo uns 20 anos. Essa onda fascista infelizmente, pelo
o que tudo indica, está longe de terminar.
Tenho que concordar com você , infelizmente. Mano
uma pergunta bastante frequente agora , como tem sido sua quarentena ? Do que
tem se alimentado , livros, discos, arte ? Aproveita e deixa uma dica pra quem
está lendo essa entrevista .
Acho que eu sou umas das poucas pessoas aqui da
minha area que está respeitando as normas de distanciamento social. Tá sendo
uma merda porque o meu rolê aqui é ir pra praia de bike e estou saindo só pra
ir no mercado e as vezes ao banco. A questão financeira também tá difícil mas
ando produzindo como nunca, acho que já fiz umas 30 colagens novas desde fim de
março. Estou lendo pela terceira vez a bíblia do rock alternativo "Our
band could be your life " e outros livros como "Dance of days" e
as biografias do Keith Richards e do Max Cavalera. E música eu sempre tô
pesquisando coisas obscuras, principalmente do fim dos anos 80 e começo dos 90
como o Overwhelming Colorfast e Truck Stop Love.
Eu sei que o Guto e Gustavo também estão trancados
em casa trampando em home office, E enquanto isso estamos nos falando
diariamente sobre a mixagem desse EP que estamos finalizando.
Legal, e além do EP a Decurso Drama tem planos para
a pós pandemia ?
Acho que o plano é voltar a se reunir como banda,
ensaiar, compor e organizar uma tour.
Cara eu lhe agradeço pelo tempo investido aqui nessa
entrevista, queria dizer que acompanho, apesar da distância, o trampo da banda.
Curto demais a sonzeira da Decurso Drama , e espero vê los em breve por aqui .
Deixo esse espaço aberto para você se manifestar livremente.
Valeu pela entrevista, estamos ansiosos para
retomar os trabalhos da banda , organizar shows e ajudar a movimentar o
underground da ilha. Se cuidem e usem máscara.
Tivemos alguns problemas com a pós produção e as músicas só ficaram prontas agora em 2020. Esse álbum reflete muita coisa que agente viveu de 2016 até 2018, problemas pessoais mal resolvidos de cada um e traz um som mais sujo e denso que o primeiro album, mas com bastante apelo melódico. E nesse meio tempo gravamos outro EP de 5 músicas no esquema doidera. Tivemos 5 dias, 4 para compor e no quinto dia captamos a bateria, será lançado em breve.
As bandas manézinhas que mais curtimos são o Quazimorto, Atrás do Pensamento, Vivar, Budang, além dos veteranos do Eutha que estão com quase 30 anos de banda. Como a ilha é grande, sempre tem algo acontecendo em algum canto, não está tudo concentrado no centro. Aqui mesmo no bairro do Rio Vermelho, onde a banda se formou, que fica a 30 km do centro e que as vezes as pessoas esnobam por ser longe, tem duas casas de show que abrigam shows das bandas do Underground. Aqui na minha rua mesmo, que é uma servidão que no fim da nas dunas da praia, em uma região rural, tem um pico que se chama Booteko e que já recebeu shows de bandas dos Estados Unidos, Canadá, Suíça e bandas brasileiras como o Surra, Test, Rot, Deaf kids, entre outras.
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