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sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Entrevista: Onion Balls


 

Tive o prazer de conversar com meus amigos, Fred e Dema do Onion Balls, banda com quem pude dividir o palco em uma mini Tour pela região antes da pandemia. Pessoas incríveis e que carregam uma bagagem de respeito. Inclusive eles estão para lançar um disco novo, Eternal Loop, e tive acesso  a esse album na integra. Onion Balls é minha banda preferida daqui da região sem dúvidas, e ja deixo logo abaixo os links para que conheçam essa banda e se liguem, logo tem sons novos pintando na área e você ja pode conferir um pouco no canal deles no Youtube que conta com performances gravadas em seu estúdio, tudo feito na melhor qualidade.

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Comecem falando sobre como se iniciaram nessa desgraceira que é a cena independente. Como foi o primeiro contato que tiveram com o underground? Já começaram tocando juntos?


            Fred: Bicho, pelo que eu me lembro foi na época de colégio alguns amigos e tal sempre vivíamos em lojas de discos procurando sons novos que não eram oferecidos nos meios convencionais (radio e TV), se bem que tinha o Lado B da MTV que apresentava várias bandas legais e dai também que comecei a querer tocar algum instrumento pra montar uma banda e foi assim que comecei. Até um pouco antes disso, vivíamos ouvindo tudo que era "rock" que um primo mais velho nos apresentava, procurávamos, gravávamos fita e tals... Antes de tocar com meu irmão tive alguns projetinhos junto com esses amigos e alguns outros que surgiram pelos gostos musicais, mas a primeira banda que levei a sério, na medida que era possível, foi com meu irmão sim, que na época, lá por 97, nem tocava nenhum instrumento, daí um amigo que iria tocar bateria conosco, ficou enrolando, meu irmão comprou uma começou aprender... Tudo na nossa primeira banda, que começamos compor e tudo mais.

 


 

            Conversando com vocês eu já vi que vocês tem um arsenal de discos e bandas consideradas até obscuras da cena independente mundial. Mas se pudessem escolher entre elas, quais seriam as cinco maiores influências de cada um?

 

   Fred: Gringas: Pixies, Dinosaur Jr., Ramones, Sonic Youth e Guided by Voices.

Nacionais: Pin Ups, Killing Chainsaw, Second Come, Mudcraks e Autoramas.

 

Dema: Gringas: Pixies, Creedence, Ramones, Sonic Youth e Queens of the Stone Age.

Nacionais: Wry, Killing Chainsaw, Pin Ups, Sepultura, Ratos de Porão.


Mas tem muita coisa ai que ouvíamos e ouvimos até hoje, mas como são só cinco essas ai da pra ter uma idéia.

 

   Qual a pré-história do Onion Balls? Fale sobre as bandas e projetos que participaram até o início do duo e qual foi o rolê mais legal que já fizeram em todos esses anos?  

            Tudo começou com Devaneers nossa primeira banda, onde fizemos nossas primeiras músicas autorais, acho que começamos com esse projeto em 1997, gravamos 3 CDs, depois veio o Wolf Attack em que foi gravado um EP, nessa época eu  (Fred) não estava na banda (comecei, saí e voltei) e, depois gravamos um disco, tivemos até uma certa visibilidade na região e chegamos a tocar fora do estado, além de 02 clipes que foram veiculados na MTV. Quando acabou o Wolf Attack eu e meu irmão resolvemos que continuaríamos a tocar e fomos compondo umas músicas e quando vimos já tínhamos músicas suficiente para um disco, que foi o nosso primeiro em 2015 e agora já estamos com nosso segundo disco "Eternal Loop" pronto e em vias de lançamento.
Rolê mais legal, pergunta difícil hein, mas vou falar dois recentes: Abertura do show do Pin Ups que somos fãs dos caras, e também o rolê que fizemos juntos com o Droogies, Daileon Kick e Até Quando?, na Hangover Tour, que foi bem massa pela galera e companhia das bandas que rolou uma brodagem bem massa.


 

 

   Existem vários projetos, inclusive no mainsteam que se consagraram nessa formação , guitarra e batera. O Onion Balls já surgiu com essa ideia de formação ? 

 

            Então, no inicio não foi muito essa idéia de "vamos tocar em dois", mas como fomos fazendo as músicas e adaptando nossos equipamentos para soarem mais "cheio" nesse formato, resolvemos que continuaríamos assim e tem sido bem bacana, algumas vezes até nos sentimos um pouco limitados e tal mas vamos adaptando as idéias também para as músicas soarem como gostaríamos de ouvir e tudo mais, as vezes menos é mais e segue o jogo.

 

            Como que se deu o processo de composição e gravação desse novo disco ? E sobre a temática das letras, o que vocês consideram na hora de escrever ?

 

            O processo de composição foi bem tranquilo, fomos fazendo as músicas conforme as idéias iam surgindo, às vezes um chega com uma idéia às vezes outro, ou uma letra ou até mesmo nos ensaios começamos a fazer um som e surge algum lance que conseguimos aproveitar, não temos um processo pré definido de composição. Quanto a gravação foi bem legal que sempre queríamos por no disco o mais natural possível, ou seja, gravar ao vivo para tentar colocar no disco o feeling que acreditamos ser essencial, nesse disco contamos com a produção de nosso amigo Rodrigo Guedes (Killing Chainsaw e Grenade) que foi fundamental para colocarmos esse lance de gravação em prática pois ele tem as mesmas idéias que nós de como o som deveria soar, além de entender muito de todo o processo e de música, gravamos todas as faixas ao vivo. Ficamos muito felizes com o resultado final e espero que as pessoas que vão ouvir curtam também.

Quanto a temática das letras acredito que sejam pautadas em nosso cotidiano, envolve lances de religião, política, problemas, realizações, cultura e tudo mais que nos cerca.

 

            Me conta como será o lançamento? O que estão tramando enquanto passamos por essa pandemia? 

            Lançamento está prestes, estamos definindo algumas formas ainda, pode ser que vamos soltando uma música por vez ou já jogamos tudo na net e mandamos prensar uns cdzinhos. A forma que queríamos lançar seria uma festa tocar ele de cabo a rabo com nossos amigos curtindo e tudo mais, mas com a pandemia que está rolando essa forma de lançamento teve que ser adiada, mas logo vai o disco vai estar nas plataformas digitais e no formato físico também.


 

 

            E no pós pandemia? O que tem em mente para a banda?

            Lançar o disco oficialmente com uma festinha tocar o máximo que conseguirmos e continuar compondo e gravando e tocando.

 

            Dêem umas dicas culturais para galera se ocupar durante essa quarentena . Pode ser livros , HQs, discos, filmes, ... Vocês que mandam.

 

            Livros: Engenharia do Caos, bacana pra entender essa política escrota que está se proliferando por aí, e pra quem não leu livros clássicos como 1984, Admirável Mundo Novo, Neuromancer, algumas distopias que servem também para refletir.

Discos: pode ser alguns que estou ouvindo ultimamente, By The Fire - Thurston Moore, Protean Threat - Thee Oh Sees, Atlas Vending - Metz, novo do IDLES também ta bem massa, tem muita coisa boa, esses ai que citei todos lançados recentemente.

Filmes: Midsommar, O Diabo de Cada Dia e Era Uma VEz em Hollywood, tem a série The Boys que é bem boa também.  

 


 

Agradeço demais pela atenção e por terem aceitado participar desse projeto, e deixo esse espaço aberto para vocês se manifestarem da maneira que bem entenderem. 



Nós que agradecemos a oportunidade mano, estamos ai juntos, valeu. Abraço.

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