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segunda-feira, 21 de setembro de 2020

ENTREVISTA : Cesar Rodrigues (Nofimdodia).

" É difícil curar algo que você não enxerga, e infelizmente é visto como frescura pela grande maioria e devemos sim levar essa doença como algo muito sério."



Depois de um longo inverno, sem postar uma entrevista, tive um bate papo legal com meu amigo Cesar Rodrigues. Vocalista da banda Nofimdodia, da cidade de Londrina. E meio que sem querer o tema central do "SETEMBRO AMARELO"  foi tocado nesse bate papo. Uma grande satisfação para mim conversar com esse meu amigo e ja deixo logo aqui abaixo os links para conhecer Nofimdodia.

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Salve mano, fiquei sabendo do retorno da banda, e fiquei feliz pra caralho , e  como você é o único da formação original, desde os primórdios , hehe . Me fala como que foi o início da banda ? E aproveita pra apresentar a formação atual do Nofimdodia.

Fala Carlão!!! Pois é mano, depois de uma cara, com altos e baixos, iremos voltar! Já faz tempo bixo, la em meados de 2005, creio que o primeiro ensaio foi em 2004, nós engrenamos a banda. Mauricinho na batera, Estello na guita, Bruninho no baixo e eu no vocal. Depois do nosso primeiro show, abrimos para o No Turning Back, o cocada entrou na banda, não quis ficar de fora da bagunça. Com duas guitarras, a banda ganhou mais peso. Porem, um tempo depois o Mauricinho teve que mudar de cidade e deixou a batera, assumida pelo Estello, voltando a ficar com apenas uma guitarra. Foi aí que entrou o Fernandão (Arnoni) na batera, voltando com aquela pegada mais rápida, punk rock. Depois de um tempo, o Estello saiu e o Arnoni mudou de cidade. Mais uma vez, na procura de um batera, o Johnny entrou com nós e por último, o Bruninho saiu do baixo e o Rafalski entrou pra banda rs. Atualmente somos eu, Cocada no baixo, Rafalski na guita e Johnny na batera.



Não é a primeira vez que a banda volta de um período em hiato. Já participei inclusive da última despedida da banda . Hehe . Já estamos virando tiozinhos , o que te motiva hoje que te faz pensar "quero voltar com a banda " ?

Pois é cara, por um tempo ficamos nessa, entre ensaios e períodos parados, vivendo sem rumo (kkkkk). Nesse último período, eu sai da banda pra viver fora, foi um período difícil que tive alguns problemas pessoais, foi um tempo ruim que me ensinou muitas coisas e alguns conceitos foram quebrados, o que me fortaleceu. A banda é uma válvula de escape, agente se reúne e rola uma catarse no ensaio que é  difícil ficar sem. Claro que o ritmo é um pouco mais lento, afinal, ja estamos com a idade um pouco mais avançada, tirando o Rafalski que é novão, mas com certeza a vontade é a mesma de 14 anos atrás.



Engraçado falar em tempos difíceis . Porque mesmo sem saber você escreveu uma letra que virou um mantra pra mim . A frase "não mais ficar embaixo do lençol , se escondendo do mundo real" era repetida por mim inúmeras vezes quando eu estava passando por uma fase difícil . Você foi tipo um coach sem querer hahaha . É muito doido como uma música e sua mensagem pode afetar uma pessoa que você muitas vezes nem conhece ou não sabe que esta em uma situação difícil. Fala um pouco sobre como você escreveu essa letra , você estava passando por alguma treta também ?

Cara, nessa época eu tava com depressão, síndrome do pânico. Agente acha sempre que é algo bobo, não da tanta atenção e nessa época eu consegui expor muito do que eu sentia, nessa música.  Foi tipo um exercício de auto ajuda pra mim mesmo, onde eu colocava um pouco pra fora aquilo que eu sentia. Eu tive a sorte de consegui sair dessa, muito por conta do apoio da família, amigos e muita atividade física. É difícil curar algo que você não enxerga, e infelizmente é visto como frescura pela grande maioria e devemos sim levar essa doença como algo muito sério. Fico feliz em saber que consegui atingir um amigo, é bom que mostra que não estamos sozinhos nessa!



Como você disse ali acima , a banda é uma válvula de escape . 2020 tá quase acabando, na verdade foi um ano que já começou acabado né ? Então me diz , quais os planos futuros da banda ? O que estão tramando ?

Pois é bicho, esse ano na verdade, nosso plano era gravar um CD, deixar em cima e sair tocando por aí. Veio o pandemônio e todos os rolês cancelados. Conversamos muito desde o começo dessa quarentena e resolvemos mexer o doce, agilizar algumas coisas, como rede social (risos) agente ta bem devagar nisso ai. Creio que esse ano ta sendo bom para rever conceitos, juntar tudo e colocar no papel. Tem bastante coisa vindo por aí, por mais que tudo esteja parado, nós estamos usando esse tempo pra focar um pouco em merch, letras novas, riffs novos. E se tudo der certo, vamos regravar 2 musicas do antigo EP e iremos gravar 1 música nova. Por enquanto é isso, depois o objetivo é focar num full.

Massa , ansioso pra ouvir . E como funciona o processo de composição dos sons ?

Nos nossos sons, não diferentes das outras bandas, agente retrata nas letras nosso dia a dia, todos os sentimentos que vem a tona num fim de dia, onde estamos cercados de informações negativas, positivas e de como isso pode influenciar na vida das pessoas. Por isso a levada é mais rápida, pesada. Nossas influências são o punk rock/hardcore do fim dos anos 80 com uma pegada de NY hardcore.



Cara o fim do dia é zica sempre hehehe . Legal essa ideia do nome . E como tem lidado com esse novo cenário mundial de pandemia, quarentena, nuvens de gafanhotos?

Agente ta numa época boa demais, mas acabamos que não sabemos lidar com tanta troca de informação a nosso favor. Isso deixou as pessoas mais doidas, sempre em busca de produzir mais e olharem mais pro próprio umbigo. Essa pandemia serviu muito bem de exemplo, não temos empatia com o próximo. A nuvens de gafanhotos foi mais uma surpresa de 2020 né (kkkk). Já to esperando soltarem que fizeram contato filmado com alienígenas, de jeito que ta indo né, vai saber kkk



Em breve.  Hehe . Mano agradeço pela atenção e deixo esse espaço aberto pra você se manifestar livremente, valeu demais Cesar !

Queria dizer pra turma que, a banda nasceu não com o intuito de dizer o que muitos tem que fazer. Apenas contamos algumas histórias baseadas em fatos reais, e de uma certa forma, tentamos passar uma mensagem positiva, em vista de toda essa doideira que acontece no nosso país. A mensagem é sempre positiva e que vocês não estão sozinhos nessa! Valeu Carlão.





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