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quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Entrevista : Arthur (Sapo Boi)



Vivo me surpreendendo com o nível absurdo das bandas independentes que descubro pelos cantos desse Bréézil. E a Sapo Boi, com toda certeza é uma dessas bandas. A banda de Porto Alegre, faz jus a boa fama das bandas gaúchas de renome. Conversei com o Arthur, vocalista e guitarrista da banda. E pra quem não conhece a Sapo Boi, já deixo aqui embaixo os links para ouvir o som, e sigam eles nas redes sociais também que muita coisa boa está por vir. 


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Me fala um pouco sobre o início da banda , como que surgiu a Sapo Boi ?

A banda surgiu por volta de 2016, com as primeiras composições e shows, antes disso eu e o Rodrigo, que toca bateria, já tocávamos juntos, somos amigos desde a adolescência e a ideia de montar uma banda juntos sempre existiu, mas até achar um terceiro integrante, a banda nunca existiu de fato, isso rolou lá pelo final de 2016 mesmo, quando o Thiago entrou, ele tocava guitarra em outra banda na época, no mesmo estúdio que a gente frequentava, um dia convidamos ele pra tocar baixo e ele topou.



O que me chamou mais atenção na banda foi essa sonoridade na pegada de bandas dos anos 80, mais experimentais, que não se limitavam a um estilo específico . Quais as principais influências da Sapo Boi?

Legal você ter percebido isso, é algo que rola mesmo, quando gravamos o primeiro EP em 2018, a gente começou a abrir mais a cabeça pra música alternativa dos anos 80 e 90, tipo Jesus and Mary Chain e Sonic Youth, antes era uma mistura de proto punk (Stooges, MC5, NY dolls) com muito barulho. No segundo EP, a gente já tava ouvindo outras coisas, tipo The Cure, Killing Joke, R.E.M. e acho que nossas influências são uma mistura de tudo isso. A gente também escuta muito Black Metal e outros ritmos extremos, que acabam influenciando na hora de compor. Atualmente estamos compondo e ensaiando o que é pra ser nosso próximo trabalho, um disco cheio, e essas influências estão ficando mais evidentes, assim como novas sonoridades, menos agressivas, mais abertas e experimentais.

Caralho, Black Metal? Doideira demais. Eu vi que vocês fizeram uma Tour de lançamento, inclusive tem um EP com as musicas ao vivo. como que foi esse role?

Fizemos uma tour em 2019 por SP, foram tipo uns 8 shows, entre a capital e outras cidades, passou por Sorocaba, Campinas e Guarulhos, na época tinha recém sido lançado nosso primeiro EP em formato físico (CD, independente) e como a gente tinha emprego na época, deu pra todo mundo tirar férias junto e viajar por quase 15 dias. Esse EP ao vivo é um dos shows dessa tour de 2019 que foi gravado e a gente botou no Bandcamp. A tour toda foi demais, conhecemos um monte de gente, tocamos bons shows e deu pra distribuir legal o CD, também foi essencial pra nossa segunda viagem, dessa vez lançando o vinil 7’ e que rolou agora no começo do ano, entre os dias 13,14 e 15 de Março, praticamente durante o ultimo final de semana antes das coisas pararem, foi doido.



Animal. Eu vi que vocês estão lançando um Split com o Omega Cobra. Como vai ser?

Essa tape foi um jeito que a gente pensou de divulgar mais nossos 2 trabalhos já lançados, porque, apesar de ter saído em formato físico, de ter rolado tour e tudo, não tem muita gente que conhece, e pra banda independente quinem a nossa, divulgar é um trampo constante. O Zé Ulisses, da Omega Cobra, é nosso parceiro da antiga e faz tempo que a gente tinha pensado em lançar algo junto, pras bandas poderem viajar juntas, o que infelizmente não vai rolar agora que a gente lançou, hahaha. A Oxenti Records chegou no projeto através do Zé também, que já era amigo do Klebinho, dono do selo. A pré venda tá rolando no site da Oxenti e vai até o dia 15/10.

Massa, muito respeito por esse projeto . Cara e voltando um pouco , me fala de seus projetos anteriores ao Sapo Boi.

Na verdade não teve um projeto anterior à banda, eu nunca toquei em outra antes, por enquanto me sinto satisfeito com uma só. Mas isso por uma inclinação pessoal mesmo, acho que tanto eu, quanto o Rodrigo, que começamos a banda juntos, temos ideias bem definidas do que a gente quer pras “coisas” da banda, tentamos controlar o máximo possível, talvez por isso não tocamos em outras. O Thiago, que provavelmente é o mais “músico” de nós 3, já tocou em varias outras bandas até entrar pra Sapo, mas atualmente ele é nosso.

Caraca, o som da banda soa com tanta maturidade e personalidade que pensei que iria listar uma sequencia de bandas , hehe. Muito legal isso. Falando sobre a pandemia, a banda tinha projetos para lançamento ou mais turnês antes da quarentena? algo ficou engavetado para o mundo pós pandemia?

Ah, que legal! Valeu mesmo! Com relação à pandemia, a gente não gosta de se queixar, porque conseguimos até fazer um corre legal na turnê, na ultima semana antes de tudo parar, algumas das melhores lojas de disco SP tem nosso material à venda, volta e meia também a gente recebe mensagem de pessoas que foram nos shows e curtiram, nesse caso, o ultimo show que essas pessoas viram, pelo menos até o ano que vem, ou o próximo...então a gente consegue achar legal e olhar pra isso com orgulho. Claro que a gente teria vendido mais e tocado mais também, tínhamos bastante coisa já marcada e trabalhar o vinil 7’ com turnês estava nos planos também. Mas assim como todo mundo, a gente tá sendo impactado por essa loucura que é o Brasil reacionário e por essa pandemia que é super preocupante, então a gente continua isolado (na medida do possível), compondo, ensaiando e engavetando material que logo deve sair, possivelmente em um disco cheio, no ano que vem.



Entendi. Cara, estamos conhecendo realmente o ridículo nesses dias difíceis . E quanto as letras, que temas vocês acham importantes abordar nesse futuro disco?

As letras não tem uma mensagem direta, positiva ou negativa, tento deixar tudo que escrevo o mais abstrato possível, mesmo descrevendo uma situação ou uma conversa, mas não como um enigma ou uma charada, não, e sim pegando uma frase que ouvi, pensei ou quero escrever e bagunçando ela pra que não pareça mais a mesma frase, alguma coisa assim. Desse jeito acho que a palavra, frase e qualquer significado dela é ampliado. Os temas das letras são pessoais, e acredito que vão continuar assim, enquanto a gente vive, se muda, é demitido, arranja emprego, se dá mal por aí e continua fazendo música e tendo banda, essas coisas.

Massa, já me tornei fã da banda . Queria te agradecer por ter aceitado o convite de participar desse projeto, espero poder ver vocês por aqui, assim que for possível, foi muito legal conhecer a Sapo Boi e deixo aqui um espaço aberto para você se manifestar livremente .

Valeu, Carlos! Eu que agradeço pela oportunidade que você abriu da gente conversar sobre a banda e obrigado também pelo interesse nos projetos e no nosso som. Pode procurar a gente no instagram, facebook, bandcamp e spotify que tá sempre atualizado e com todo nosso material disponível. Atualmente tá rolando a pré-venda da K7 Split em edição limitada que vai até 15/10 e tem mais detalhes sobre ela nas nossas paginas. Abraço!

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